O fundador e ex-presidente da Embrapa, Eliseu Alves, diz que o conhecimento na agricultura pode gerar melhores resultados do que a utilização de insumos. Para chegar a essa conclusão foram utilizados dados disponíveis no MAPA entre os anos de 1975 e 2017. O estudo foi liderado por José Garcia Gasques.
Os resultados demonstram que a produção agrícola tem crescido mais em comparação ao crescimento de insumos. O cálculo é feito baseando-se no aumento do uso de insumos em comparação com o crescimento produtivo. A diferença é de que o conhecimento é responsável por 89,8% da produção.
Eliseu credita esse aumento de produtividade ao conhecimento “não cristalizado” (inteligência fluida), ou seja, capacidade imediata de resolver os problemas que aparecem diariamente em uma lavoura. O conhecimento cristalizado é o conhecimento adquirido ao longo do tempo e perpetuado ou apenas solidificado/materializado de alguma forma. Ele lembra que a agricultura brasileira não deu um salto com a chegada de equipamentos do exterior, mas sim com a capacitação de nossos profissionais. “Eles desenvolveram sistemas de gestão e produção, adaptaram, criaram novos insumos e fizeram a informação chegar ao campo”.
O setor privado tem se preocupado bastante com o desenvolvimento de novos produtos, que facilitam alguns processos a campo, já o setor público gera conhecimentos indispensáveis para o aprimoramento da produção agrícola. A informação não é facilmente mensurável e na maioria das vezes não é materializada, mas é essencial para o desenvolvimento das lavouras, sobretudo atrelando a alta produção à sustentabilidade.
Uma grande parte da produção da Embrapa não compõe um corpo físico, resultando em produtos palpáveis, porém, a informação gerada pode ser ainda mais importante, afinal, é o que os dados nos mostram.
Novos espaçamentos e conhecimentos sobre solo e clima, seleção de insumos, práticas de manejo integrado de pragas e estudos de Inteligência Territorial Estratégica são alguns dentre os exemplos de conhecimentos gerados pela Empresa com impactos nos sistemas produtivos.
Texto adaptado de:
Jorge Duarte (MTb 2914/DF)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE)
Embrapa